Contam que, uma vez, numa carpintaria, realizou-se uma estranha assembléia. Foi uma reunião de ferramentas, para acertar suas diferenças.
O martelo assumiu a presidência, mas os participantes não permitiram, dizendo que ele teria que renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho e, além do mais, passava todo o tempo golpeando. O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, alegando que ele dava muitas voltas para conseguir algo.
Diante do ataque, o parafuso concordou, mas, por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Reclamava que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos.
A lixa acatou a decisão, mas sugeriu que teriam de expulsar o metro, que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fosse o único perfeito.
Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o metro e o parafuso. Finalmente, a rústica madeira se converteu num fino móvel.
Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembléia reativou a discussão. Foi então que o serrote tomou a palavra e disse: "Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com nossas qualidades, com nossos pontos fracos, mas concentremo-nos em nossos pontos fortes."
A assembléia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para lixar e afinar asperezas, e o metro era preciso e exato. Viram-se então como uma equipe, capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram alegria pela oportunidade de trabalhar juntos.
(Texto retirado do Boletim Psicopedagogia. julho 2002. Ano 2 - nº 04)
Nenhum comentário:
Postar um comentário