1. INTRODUÇÃO
A Educação apresenta-se como uma palavra genérica que compreende todo e qualquer procedimento que vise "formar, instruir ou ensinar" um ser. Por ser tão abrangente, tem sido definida de maneiras diferenciadas, de acordo com os contextos e ideologias onde se insere como projeto de determinados sujeitos, grupos ou instituições.
Um conceito de educação é sempre resultado de uma ampla reflexão sobre o homem, a sociedade e a natureza em geral, com a perspectiva e o vislumbre de uma direção, um sentido, uma intenção para a vida humana, para o desenvolvimento da sociedade, com uma ponta de transcendentalidade que propõe ir além do concreto e do objetivo.
Pensar sobre educação implica sempre em considerar esses aspectos: o que é da ordem do humano, do social, do transcendental. Paulo Freire sempre diz que "educar é conscientizar", é lidar com a integralidade do ser humano, despertando-o para uma elevação espiritual com o objetivo de torná-lo sensível ao mundo e aos seus semelhantes.
Diante deste contexto, percebe-se que esses propósitos devem compor o ideário educacional, estando sempre presentes na mente de todas as pessoas, principalmente professores, que tomaram para si a tarefa de educar.
2. AQUISIÇÃO DO CONHECIMENTO
Newton Duarte ressalta a pedagogia das competências como uma das pedagogias do “aprender a aprender”.
Há um vínculo entre a pedagogia das competências, o construtivismo e a escola nova, denominando-os de pedagogias do "aprender a aprender" que faz parte de uma corrente educacional contemporânea.
A Pedagogia do aprender a aprender estabelece uma hierarquia valorativa na qual aprender sozinho situa-se num nível mais elevado do que a aprendizagem resultante da transmissão de conhecimento por alguém.
Devemos ensinar os alunos a aprender, entretanto dar atenção maior ao que tem mais dificuldades, portanto pode haver uma pedagogia diferenciada dos métodos ativos. Esse “prender a aprender” é, também um aprender fazendo. Mais mesmo assim, isso é uma atitude apressada, pois devemos ensinar todos para não haver uma revolução cultural ou educacional. Quando os alunos aprendem a resolver problemas eles constroem a capacidade de aprender a aprender, buscam respostas para os desafios e problemas e através de questionamentos constroem a sua autonomia.
Para Castro, alguns alunos possuem mais talentos que os demais, e países bem- sucedidos criam programas especiais dentro das escolas regulares para estes talentosos,. Entretanto, todos possuem talentos e tem o direito de desenvolve-los, todos tem direito a educação sem haver distinção de raça , cor, ou classe social.
De acordo com castro, os países oferecem aos alunos talentosos as melhores escolas ou programas especiais dentro das escolas regulares, e há colégio para os talentos nas artes, esportes e áreas acadêmicas.
Mas segundo a LDB 9394/96 a educação deve desenvolver o aluno amplamente para o exercício da cidadania e o ensino não deve ser fragmentado, como na organização baseada no fordismo, onde o aluno irá desenvolver profundamente a habilidade que já possue. O que se busca é uma organização baseada no toyotismo, para o aluno aprender num processo macroestrutural, aprender no todo.
Sendo assim, como destaca o texto da APP exige-se a tomada de decisão acerca do que é educar, de como educar e para que educar. A escola deve ter uma proposta educacional que atenda os alunos na sua realidade, buscando adquirir conhecimentos científicos que farão a diferença na vida dos educandos.
Para castro no Brasil, quando vem de famílias mais ricas,são identificados e recebem educação apropriada. Mas o que percebemos é que os ricos independente de seus talentos acabam recebendo uma educação “apropriada” , não a sua pessoa, mas a sua classe social.
Para que todos tenham acesso a educação do conhecimento, Duarte focaliza quatro posicionamentos valorativos contidos no lema “aprender a aprender”:
1º posicionamento valorativo:
A criança deve aprender sozinha, ou seja, aprender por si mesmo é mais importante que a transmissão por outras pessoas;
2º posicionamento valorativo:
A criança deve aprender com os outros.
3º posicionamento valorativo:
A criança aprende consigo mesmo, mas os conteúdos devem ser inseridos na educação.
4º posicionamento valorativo:
A criança aprende com a sociedade, de acordo com o processo da educação.
A sociedade tem várias ilusões:
1ª ilusão: o conhecimento está acessível.
2ª ilusão: o conhecimento está mobilizado
3ª ilusão: o conhecimento é uma condição cultural
4ªilusão: o conhecimento tem o mesmo valor
5ª ilusão: o conhecimento modifica o mundo
Portanto o “aprender a aprender” tem várias faces, e na sociedade isso é muito útil, pois ajuda na formação do indivíduo.
O êxito do empresário e do trabalhador no século XXI terá muito que ver com a maximização das suas competências cognitivas. Cada um deles produzirá mais na razão direta de suas maiôs capacidade de aprender a aprender, na medida em que o que o empresário e o trabalhador conhece e fazem hoje não é sinônimo de sucesso no futuro.
O mundo hoje presencia historicamente, uma das mais inquestionáveis transformações sociais que eleva a sociedade de consumo à sociedade consumível.
Segundo Duarte, o caráter adaptativo dessa pedagogia está bem evidente. Trata-se de preparar aos indivíduos formando as competências necessárias à condição de empregado, deficiente, mãe solteira, etc. Aos educadores caberia conhecer a realidade social não para fazer a crítica a essa realidade e construir uma educação comprometida com as lutas por uma transformação social radical, mas sim para saber melhor quais competências a realidade social está exigindo dos indivíduos.
Sabemos que cada vez é mais comum na escola encontrar crianças que não aprendem. Alguns podem dizer que cada vez é mais comum encontrar professoras que não ensinam. Mas o certo é que já estamos habituados a nos deparar, nas escolas públicas, com grande número de crianças que não sabem aquilo que a escola se propõe a ensinar.
Segundo o texto de Duarte:
Numa perspectiva construtivista, a finalidade última da intervenção pedagógica é contribuir para que o aluno desenvolva capacidade de realizar aprendizagem significativa por si mesmo numa ampla gama de situações e circunstâncias, que o aluno “aprenda a aprender”. (Coll,1974,p.136).
Segundo o texto APP-Sindicato enfatiza que a escola fora da vida, fora da política, é uma mentira, uma hipocrisia e que sem teoria pedagógica revolucionaria não poderá haver prática pedagógica revolucionária. É na relação teórico-prática que se gesta a pedagogia transformadora da escola e da sociedade.
“ Cabe a educadoras e educadores progressistas, armados de clareza e decisão política, e coerência, de competência pedagógica e científica, da necessária sabedoria que percebe as relações entre táticas e estratégicas, não se deixarem intimidar. Cabe a eles e a elas criar com medo e a coragem, com a qual confrontem o abuso de poder dos dominantes. Cabe a eles e a elas, finalmente realizar o possível de hoje para que concretizem o amanhã , o impossível de hoje”.
Paulo Freire
O pedagogo deve: agir, intervir, lançar novos desafios para quebrar o equilíbrio e, assim contribuir com a construção de novos conhecimentos e práticas libertadoras, na construção da Escola Pública, democrática e de qualidade.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio deste trabalho percebe-se as diferenças sociais e econômicas interferindo o aprendizado dos educandos, devido as transformações da sociedade nos dias atuais, englobando os indivíduos nas relações do conhecimento que por meio da educação, descobrimos que há diferentes culturas, sendo necessário respeitar as desigualdades.
Entendendo a educação como um processo de construção do sujeito humano com propósitos e metas definidas, pode-se pensar em o que vem ocorrendo em nossa escolas.
Será que os objetivos educacionais a que nos propomos estão sendo alcançados? Deve a educação, na sua prática, continuar a ser pensada apenas por pedagogos ou necessita de uma abordagem multidisciplinar? De que forma a escola vem interagindo com a sociedade? Tem a escola proporcionado espaço adequado e favorável ao amplo desenvolvimento das potencialidades de nossos alunos?
Uma outra instância a avaliar diz respeito à relação ensino-aprendizagem, que apresenta-se como a interação entre professor e aluno, permeada por propostas metodológicas que sistematizam um esquema hierárquico no processo de aprender, isto é, pressupõe-se que alguém que sabe mais, ensina a alguém que sabe menos.
Com isso no processo de aprender, todas as facetas do sujeito humano são partícipes, com papéis de igual importância e valor, uma vez que para aprender, a criança necessita de seu aparato cognitivo tanto quanto de suas emoções, afetos, condições sociais e, especialmente, da qualidade de sua relação com o outro que vai mediar esse processo de ensino aprendizagem, buscando sempre a aquisição de novos conhecimentos que possam contribuir para a transformação da realidade em que vive.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
DUARTE, Newton – As pedagogias do “aprender a aprender” e algumas ilusões da assim chamada sociedade do conhecimento, Revista Brasileira da Educação.
CASTRO, Cláudio de Moura – Diamantes descartados, Veja, maio 2008.
Caderno de Debates IV Conferência Estadual de Educação da APP- Sindicato Gráfica Popular- 2005.
http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/aprender-a-aprender-sociedade-do-conhecimento-525095.html
Perfil do Autor
Graduada em Letras/ Inglês
Especialista em Educação Especial e Psicopedagogia Clinica/institucional
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